A celebração do Dia da Amizade Brasil-Argentina é feita hoje em razão de um acordo decretado pelos presidentes argentino Néstor Kirchner e brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2004 na Ata de Copacabana, assinada por ambos os mandatários no município do Rio de Janeiro.
O ponto número 8 da Ata determina que a data deve ser comemorada em 30 de novembro devido ao encontro histórico entre os presidentes argentino Raúl Alfonsín e brasileiro José Sarney neste mesmo dia, no ano de 1985 em Foz do Iguaçu. Tal encontro antes não teria sido permitido devido à permanência dos militares no poder em ambas as nações. Foi somente no início da redemocratização do Brasil e da Argentina que possibilitou o pontapé inicial da reaproximação entre os países e da reintegração regional, que mais tarde viria a resultar no Mercosul. Durante muitos anos, ambos os países possuíam tropas na fronteira entre a Argentina e o Rio Grande do Sul, com o objetivo da defesa da pátria em caso de atritos.
Um dos principais princípios do acordo firmado pelos presidentes garante a maior difusão da cultura e história do país vizinho nas instituições de ensino tanto do Brasil quanto da Argentina. O acordo também garantiu maior facilidade para o acesso de brasileiros que quisessem viver na Argentina ou argentinos que quisessem morar no Brasil.
O discurso do presidente Lula destacava: “Estamos garantindo a igualdade de direitos civis, inclusive com respeito ao trabalho. Nossas fronteiras são a vanguarda desse processo de construção de uma verdadeira cidadania regional. Vamos criar localidades fronteiriças vinculadas, ou seja, espaços onde argentinos e brasileiros tenham todos os direitos de seus vizinhos, inclusive o acesso à educação, ao trabalho e à saúde. Os projetos conjuntos que estamos avançando em matéria de educação, cultura e esportes são o microcosmo do que temos de melhor e do que poderemos realizar juntos”.
E a frase do então chanceler brasileiro Celso Amorim finaliza bem o projeto que tem como objetivo finalizar uma rixa muitas vezes fermentada pela mídia: “A aliança estratégica entre o Brasil e a Argentina não é um imperativo do destino, mas sim um projeto político de extraordinária importância para as duas nações”.
