
Povos nativos das civilizações americanas, os índios são os habitantes originais de países conquistados e dominados por europeus durante a época das Grandes Navegações. No Brasil, os principais registros sobre a relação entre os portugueses e os nativos são devastadores. De maneira cruel e com a intenção de explorar as riquezas naturais do nosso país, os lusitanos subjugaram os povos indígenas, forçando-os a trabalhos escravos e à catequização por meio dos jesuítas. Com o tempo, devido à miscigenação e principalmente à dizimação dos povos nativos, suas comunidades passaram a ficar cada vez mais escassas e sua cultura em segundo plano.
De tal modo, se faz imprescindível que haja um dia específico para a celebração e conscientização da cultura e dos direitos humanos ligados às comunidades indígenas, que não só no Brasil, até hoje se manifestam de diferentes formas como resistem à discriminação e a genocídios muitas vezes promovido por desmatamento.
Segundo dados da ONU, estima-se que cerca de 5% da população mundial atualmente seja indígena, o que corresponde a aproximadamente 370 milhões de pessoas. Em razão disso, institui-se em dezembro de 1994 pela Organização das Nações Unidas (ONU) o dia 09 de agosto como o Dia Internacional dos Povos Indígenas, levando-nos à reflexão e maior conhecimento dos direitos dessa população, além de preservar a tradição cultural da identidade específica de cada povo indígena, e também reverenciar a sabedoria popular desses povos e suas contribuições para a formação de cada civilização em que estão presentes.
Lembrando que, no Brasil, especificamente existe a celebração do Dia do Índio em 19 de abril, comumente comemorada nas escolas, de modo a passar para as crianças um conhecimento específico sobre nossas origens. Atualmente, existem cerca de 800 mil índios brasileiros, representando cerca de 305 etnias distintas, com mais de 200 idiomas diferentes.
A origem do Dia Internacional dos Povos Indígenas se deve a um decreto criado pela ONU em 09 de agosto de 1995, como resultado do desempenho de representantes dos povos indígenas em diversos locais do mundo. Após a publicação do decreto, foram estabelecidos trabalhos para a elaboração de uma declaração da ONU quanto ao tema. Foi somente em 2007 que a Assembleia Geral da ONU publicou a declaração, que garante aos povos indígenas de todo o planeta a autodeterminação e também “o pleno desfrute de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o direito internacional dos direitos humanos”.
A publicação dessa declaração representa um avanço para os povos indígenas e também um apoio à resistência cultural, política, social, linguística e religiosa de todas as populações indígenas existentes.