Foi uma ideia de Dom Pedro II que fez difundir, a partir de 1º de agosto de 1843, a emissão de selos postais pelos Correios, fato que marcou o Brasil como o segundo país do mundo a então trabalhar com tal marca de correspondência, ficando atrás somente da pioneira Inglaterra, emissora do “Penny Black” em 1840. Apesar disso, o Brasil foi o pioneiro no lançamento do selo em braile, feita em alto relevo, e em 1989 passou a produzir um modelo holográfico, o que tornou a produção do selo nacional mais criativo e atraente esteticamente.
O acesso cada vez mais frequente à educação por parte da população brasileira influenciou à criação dos selos como símbolos representativos no envio de cartas. Como os brasileiros começaram a cada vez mais ir à escola, o acesso à leitura e escrita proporcionou o desejo de comunicação entre as pessoas. Com a constante troca de correspondências entre a população, surgiu a necessidade de se criar uma tarifa postal, de modo a evitar que os Correios sofressem prejuízo, uma vez que inicialmente, as cartas eram pagas pelo destinatário, e se este estivesse sem dinheiro, a correspondência era devolvida. O primeiro modelo nacional ganhou a alcunha de “Olho-de-Boi”, devido à sua semelhança com o olho do animal.
Os selos são frequentemente lembrados por seu valor estético, artístico e cultural, uma vez que foram se aperfeiçoando, de modo a representarem em sua produção partes históricas do país em fatos ocorridos, bustos de figuras notáveis, políticos e artistas, espécies da fauna e flora nacionais, localizações e ambientações geográficas de grande valor, dentre outros. De tal maneira, por sua beleza e valor sentimental para algumas pessoas, logo se transformaram em item de colecionador, conhecido como filatelista. Isso impulsionou até mesmo a criação de álbuns para conservação dos mais diferentes modelos, e seu arsenal pode ser conferido nos Correios.
Em razão do acesso cada vez mais universal à internet, com a criação inicialmente do e-mail, e mais tarde a difusão e popularização das redes sociais e do WhatsApp, acabou levando o envio das correspondências a cair no ostracismo, restando somente a instituições bancárias e de cobrança o envio de cartas. De tal forma, o dia nacional do selo ainda é celebrado dentro de escolas, que trabalham de modo a incentivar a escrita infantil e a troca de correspondências, que, muitas vezes, justamente por ter se tornado obsoleta, acaba por se fazer uma grata e inesperada surpresa quando se quer estabelecer uma comunicação com alguém especial.
É indubitável que os selos ainda são parte do rico patrimônio cultural brasileiro, e devem ter seu valor reconhecido, independente do avanço e facilidades proporcionadas pela tecnologia na comunicação entre indivíduos.
