
No ano de 1922 aconteceu no Brasil um evento que marcou definitivamente a cultura e arte brasileiras. A Semana de Arte Moderna durou do dia 11 a 18 de fevereiro e quebrou padrões estéticos de maneira abrupta e não muito bem aceita.
Idealizada pelo pintor Di Cavalcanti e realizada no Teatro Municipal da cidade de São Paulo, o objetivo da semana era renovar o contexto artístico e urbano ao passo que transformava os conceitos conservadores que dominavam a literatura, artes plásticas, arquitetura e música.
A época era conturbada na política e nas artes. Em plena República Velha, onde oligarquias cafeeiras comandavam o país de acordo com seus interesses e conservadorismo excessivos. No âmbito artístico, os intelectuais consideravam aquele o momento no qual era preciso abandonar valores estéticos antigos e ultrapassados, principalmente na literatura.
Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Tarsila do Amaral foram os principais artistas que se juntaram em prol da semana. Com inspirações nas vanguardas europeias, cada artista apresentava um estilo em busca de identidade própria e liberdade de expressão, o que não impunha um novo padrão. Por este motivo, as novas formas de expressão artística não agradaram a elite paulista, que era influenciada por ideais mais conservadores. As críticas à semana eram hostis e desvalorizavam os trabalhos apresentados, mostrando que as inovações não eram bem aceitas.
A Semana de Arte Moderna veio a ser valorizada apenas depois, quando foi considerada um marco para o início do Modernismo. O evento deixou como legado a ruptura com a reprodução dos padrões europeus e abriu espaço para cultura e arte com identidade pontualmente nacional através dos movimentos Antropofágico, Pau-Brasil e Verde Amarelismo. A partir de então, o cenário artístico brasileiro ganhou vida e autonomia, com valorização dos artistas. A sociedade absorveu os conceitos e entendeu a importância do evento e da arte para o país.