
O Departamento de Imprensa e Propaganda, mais conhecido como DIP, era um órgão do governo de Getúlio Vargas responsável pela disseminação dos ideais do Estado Novo para a população brasileira. Criado em 27 de dezembro de 1939, o DIP consolidou o regime ditatorial sob o qual o país entrava através do material publicado em instâncias como jornais, rádios, cinemas e revistas.
Estruturado em departamentos de turismo, teatro, cinema, radiodifusão, divulgação e imprensa, o DIP utilizava toda sua autoridade e capacidade de centralizar ações para censurar a vida social e cultural dos brasileiros. Com objetivo de ordenar a publicidade local e exterior, gerir o sistema de radiodifusão do governo, produzir eventos patrióticos e censurar âmbitos culturais, o Departamento de Imprensa e Propaganda tinha total controle sobre a informação e cultura nacional.
Isso era utilizado a favor do governo ditatorial de Getúlio Vargas, pois censurava e orientava as ideias que deviam ser propagadas pelos meios de comunicação. Nas escolas, a preocupação do governo era desenvolver um material didático bastante ufanista, que desenvolvesse um sentimento forte das crianças pelo país. Nos jornais, matérias que eram contra o presidente não tinham a menor possibilidade de serem veiculadas, sob punição como fechamento da empresa de comunicação ou suspensão do material necessário para o trabalho das mídias.
O mesmo acontecia com as rádios. Além da censura ao conteúdo, foi inaugurado um programa chamado “A hora do Brasil”, no qual todas as rádios do Brasil eram obrigadas a transmitir notícias que exaltavam o governo e suas realizações. O programa perdura até hoje, mas reformulado e sob o nome de “Voz do Brasil”.
Produções culturais como músicas, filmes, poemas e fotografias eram cortadas, proibidas de serem veiculadas – tudo passava sobre a aprovação do DIP. Inúmeras músicas que transmitiam a ideia do brasileiro malandro ou então que tentavam protestar sobre o governo ditatorial eram proibidas. Enquanto isso, compositores das principais rádios eram pagos para fabricar músicas que exaltavam o governo, o país e o presidente Getúlio Vargas.
As propagandas também eram vigiadas e tendiam, sobretudo, ao enaltecimento do Brasil como um ótimo país e do presidente como um ótimo governante. Veículos que faziam publicidade para o Estado Novo eram gratificados com a compra de espaço publicitário para a propaganda oficial.
O DIP se consolidou como um ministério que tinha como principal função fortalecer a imagem do governante e do país – uma vez que Getúlio Vargas assumiu o poder sem apoios partidários. Ele procurava legitimar seu governo e enaltecer sua imagem de líder da nação, reforçando o sentimento patriota – que sempre é explorado para cegar a população sob os males do país.
Com o fim do Estado Novo, o DIP foi extinto em 1945.