Todos os campos da ciência se encontram em plena evolução desde que foram inventados pelo homem. Seja na área de humanas, exatas ou biológicas, essa evolução é fundamental para que possamos entender melhor o mundo e suas coisas, a nós mesmo e, claro, para melhorar a qualidade de vida de todos. A abreugrafia faz parte desta evolução.
Considerada como uma das maiores contribuições brasileiras à medicina, a abreugrafia, inventada por Manuel de Abreu, foi um método revolucionário em tempos nos quais a tuberculose era uma questão de saúde pública, pois a doença tinha alto índice de incidência e mortalidade entre a população.
Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1913, Abreu mudou-se para Paris aos 21 anos onde além de atuar em uma série de hospitais, como o Hôtel-Dieu, Hospital Laennec e o Nouvel Hôpital de la Pitié, também publicou uma série de livros e artigos científicos.
No Brasil, as décadas de 30 e 40 foram marcadas por um enorme surto de tuberculose, e como Abreu já havia atuado junto à área de radiologia, o terreno para a invenção da abreugrafia – técnica de diagnóstico que iria revolucionar o modo que a tuberculose era diagnóstica – estava preparado.
Basicamente, a abreugrafia consiste em um raio-x do pulmão, só que ao invés de empregar as chapas tradicionais, utiliza um filme fotográfico, na maioria das vezes de 35mm. Pode parecer algo banal, mas se tratou de uma grande revolução no diagnóstico da tuberculose, pois além de permitir a identificação da doença com precisão, ainda era um método extremamente barato, facilitando sua aplicação em massa e reduzindo significativamente os índices de mortalidade.
O potencial da invenção foi tanto que ele foi empregado nos mais diferentes lugares do mundo (apesar de receber um nome específico em cada país), e em 1950 Manuel de Abreu, inventor do método de diagnóstico, foi indicado para concorrer ao Prêmio Nobel de Medicina.
Hoje, o método já caiu em desuso devido às rigorosas normas de segurança que os profissionais que trabalham com radiologia devem seguir em termos de exposição à radiação. Mas é inegável que a abreugrafia foi uma das maiores contribuições brasileiras à medicina e que a revolucionária técnica merece um dia dedicado inteiramente a ela.
