Quem nunca comeu um pedaço de pão quentinho com manteiga?
Esse alimento faz parte do cotidiano humano há milhares de anos - tanto tempo que muitas histórias contam como se deu seu surgimento. Há quem diga que os primeiros pães foram assados sobre pedras quentes há mais de 12 mil anos, na Mesopotâmia, atual região do Iraque.
Há também quem acredite na famosa história que vincula a distribuição do pão à Santa Isabel. De acordo com a crença, por volta do ano 1333, Portugal passava por um período de fome bastante grave. Nessa época, a bondosa rainha Isabel encomendou trigo de lugares longínquos e fez com ele um alimento de sustância para alimentar a população. Passou, então, a distribuir os pães aos pobres nos momentos de crise, sempre se mantendo no anonimato. Até que um dia, no momento da distribuição, seu marido, o rei, encontrou Isabel. Com medo da repreensão pelo ato, a rainha mentiu e disse que portava rosas. O rei, então, exigiu ver o que ela escondia. Ao levantar o avental para mostrar os pães, diversas rosas vermelhas caíram ao chão.
Essa história é conhecida como um milagre de Santa Isabel, que se tornou a padroeira dos padeiros. O dia em sua homenagem coincide, propositalmente, com o Dia do Panificador, como uma forma de homenagem.
Ao longo do tempo, o pão se tornou um alimento presente na dieta de toda a população mundial. A França é uma referência mundial na fabricação de pães, pois desenvolveu processos que modernizaram a produção. Em Roma, o pão também se tornou uma iguaria essencial à rotina, muito vinculado a um ideal religioso. O mesmo acontecia com o povo judeu, que produzia pães como oferta a Jeová, mas o fazia sem fermento pois acreditava que a fermentação era uma forma de impureza.
No Brasil, o pão se tornou um alimento comum apenas no século XIX, antes disso a população consumia o biju de tapioca. Quando os brasileiros passaram a produzir o alimento de farinha de trigo, o processo seguia um ritual, com cerimônias e cruzes nas massas - influência da religião católica. Após a chegada de imigrantes italianos, a atividade se expandiu.
De início, os pães eram feitos em casa, mas com o passar do tempo surgiram as padarias, com grandes fornos e um processo rápido de produção. O alimento pode levar diversos ingredientes, como ovos, carnes, mel e frutas, mas sua base consiste em grãos como trigo, centeio, milho e cevada. O pão pode ou não levar fermento.
O Dia do Panificador surge como uma homenagem ao profissional responsável por essa iguaria que alimenta tantas famílias até hoje e que carrega consigo mais do que um alimento; o pão é também um símbolo de vida, de religião.
