O direito à terra é um direito de todos. No entanto, e infelizmente como a maioria dos demais direitos humanos existentes, ele não é respeitado, em especial quando se fala em um país reconhecido por suas desigualdades como é o caso do Brasil. Como a luta para a redução das igualdades é contínua, anualmente no dia 17 de abril é celebrado o dia internacional de luta dos trabalhadores do campo.
Para se ter ideia de como a desigualdade de posse de terras no Brasil é acentuada, de acordo com o relatório “Terrenos da Desigualdade”, realizado pela Oxfam no Brasil, os grandes produtores agrícolas representam apenas 0,91% dos estabelecimentos rurais no Brasil, mas apesar disso possuem 45% de toda a área rural do país.
O resultado disso é, além da miséria no campo e a falta de incentivo à agricultura familiar e lavouras orgânicas, grandes índices de homicídio no campo. Quase que diariamente índios e agricultores familiares são assassinados no Brasil devido à disputa de terra.
Para reduzir esses números e ter maior equidade na sociedade, a causa do dia internacional de luta dos trabalhadores do campo do campo deve ser de todos, e não apenas dos produtores rurais.
Principais tragédias no campo
O dia internacional da luta dos trabalhadores do campo é importante por uma série de razões, mas talvez a mais importante seja evitar que novos massacres no campo aconteçam e que todas as pessoas tenham seu direito à terra preservado.
A tragédia no campo mais chocante no Brasil foi aquela ocorrida em 1996 em Eldorado dos Carajás, no Pará, na qual policiais militares abriram fogo contra 1.500 camponeses, resultando em 19 mortes.
No entanto, infelizmente este não foi um caso isolado, uma vez que de acordo com relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 2016 houveram 118 assassinatos de indígenas no Brasil, parte deles motivado pela disputa de terra.
