
O mês de fevereiro é marcado pelo combate aos males causados por bebidas alcoólicas, principalmente no dia 18, conhecido como o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo.
A origem da criação desta data não é conhecida, mas é de conhecimento de todos que o simbolismo do dia é necessário para a sociedade atual. O álcool, apesar de lícito, é uma droga e seu uso pode causar muitos problemas a saúde mental e física de uma pessoa.
A droga faz efeito de acordo com a frequência e quantidade com que é ingerida, dependendo do peso do indivíduo e quantidade de alimento que foi consumida por ele. No geral, o álcool atinge rapidamente a corrente sanguínea, diminuindo a coordenação motora e inibição e aumentando o estado de euforia. Tais efeitos são considerados prazerosos, o que induz quem bebeu a repetir a ação.
O álcool atua como um irritante ao corpo, e assim danifica muitos tecidos. Muitos órgãos são prejudicados, como fígado, rins, garganta e boca e muitas vezes esses danos são tão grandes que causam câncer na região. O excesso de álcool é responsável pela maioria dos casos de cirrose hepática e está relacionado a, em média, 4% dos casos de morte por câncer.
O consumo de bebida alcóolica também diminui a absorção de ácido fólico dos alimentos e, em gestantes, pode gerar malformações no feto. Além disso, o uso abusivo de álcool provoca muitos acidentes no trânsito e pode causar dependência, uma doença sem cura.
Ainda assim, o aumento do consumo de bebidas alcoólicas vem crescendo no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015 aproximadamente 20% dos brasileiros se encaixam nos padrões de quem bebe em excesso.
O alcoolismo atinge uma parte considerável da população e é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisadas da organização apontam que 70% dos casos da doença acontecem com homens e 30% das mulheres, com cada vez mais jovens incluídos nos números.
A dependência de bebida alcoólica é caracterizada pelo consumo regular e em grandes quantidades de álcool. No caso de abstinência, o indivíduo tem uma mudança comportamental, com concentração e sensibilidade alteradas, e se torna uma pessoa agressiva e irritadiça, com vontade excessiva de beber.
Esse comportamento se reflete na relação com a família, amigos e no trabalho, o que traz prejuízo social e pessoal. Por este motivo, é imprescindível que a família compreenda o alcoolismo como uma doença e não como uma fraqueza ou problema de caráter. Esta é uma etapa essencial para a recuperação do paciente, que precisa de apoio.
O primeiro passo é o reconhecimento da doença pelo próprio alcoólatra. A busca de ajuda em clínicas de reabilitação só parte após esse processo, que exige muito controle e força de vontade. Durante a recuperação, a abstinência e o tratamento psicológico são elementos essenciais. A cura não existe, é um processo que acontece todo dia. Para auxiliar durante o tratamento, existe o grupo de apoio chamado Alcoólicos Anônimos, que oferece atendimentos gratuitos.
É preciso reconhecer que o alcoolismo é fruto de uma sociedade que perpetua a cultura do álcool. Apesar das regras e leis de consumo, a bebida alcoólica é considerada medidor de status e o ato de beber é praticamente uma coerção social. Além desse fator, é preciso também observar grupos que apresentam características de risco à doença, tendências genéticas.
Por este motivo, o consumo de álcool não pode ser banalizado e a população deve ser conscientizada e fiscalizada para ingestão da droga.