
Hoje comemora-se o Dia da Instituição do Direito ao Voto da Mulher. Em 3 de novembro de 1930, o então presidente Washington Luís instituiu o direito ao voto feminino. Depois de muitos anos de lutas e reivindicações, as brasileiras enfim conquistaram o direito de ir às urnas mostrar sua voz nas decisões da política nacional. Entretanto, as restrições ainda existiam, já que somente tinham direito ao voto as mulheres solteiras com renda própria, as viúvas e as casadas – desde que os maridos autorizassem sua decisão de votar.
A luta pelo direito de votar e ser votado, também conhecido como movimento sufragista, chegou ao Brasil em 1919 através da bióloga Bertha Luz, vinda de Paris com esses ideais. Ao lado da militante anarquista Maria Lacerda de Moura, Bertha foi a responsável pela criação da Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, mais tarde conhecida como Federação Pelo Progresso Feminino. É valido dizer que o direito ao voto da mulher foi conquistado no Brasil antes da grande maioria dos países latino-americanos.
No entanto, o primeiro voto feminino no Brasil que se tem registro aconteceu três anos antes da decisão do presidente. Foi em 1927 na cidade de Mossoró (RN): a professora Celina Guimarães foi a primeira eleitora do país e teve seu alistamento eleitoral autorizado pelo governo estadual do Rio Grande do Norte. Foi esta unidade federativa também a responsável por ter a primeira prefeita do Brasil. Foi Alzira Soriano, que tomou posse da cidade de Lajes em 1º de janeiro de 1929.
Foi somente durante o governo do presidente Getúlio Vargas que o voto feminino começou a ser efetivamente liberado. Em 1946, o voto tornou-se direito e dever de todas as mulheres brasileiras, sem restrições.
Mesmo com o passar dos anos, a participação da mulher na política nacional (e internacional) ainda é muito restrita. No Brasil, levaram muitos anos até que mulheres assumissem cargos mais poderosos – como o de governadora e o de prefeita de uma capital. Foram respectivamente os casos de Iolanda Fleming, ex-governadora do Acre e primeira mulher a administrar uma unidade federativa, e Maria Luíza Fontenele, que foi a prefeita de Fortaleza, capital do Ceará. Ambas assumiram os cargos de chefia em 1986. Iolanda, por sua vez, só assumiu o governo estadual após a renúncia do titular Nabor Júnior. A primeira mulher a ser eleita democraticamente governadora de um estado foi Roseana Sarney, em 1994, no Maranhão.
A primeira mulher a assumir a presidência do Brasil foi Dilma Rousseff, vencedora da disputa presidencial de 2010.