
O dia 15 de novembro marca a comemoração da Proclamação da República no Brasil – e é também uma data de feriado nacional.
Mesmo após a independência brasileira em relação a Portugal, o governo do país ainda era bastante limitado. Todas as decisões eram tomadas de forma unilateral, pelas escolhas do imperador – governante este que não tinha sido eleito pelo povo. A monarquia estava desgastada em meio a tantas mudanças econômicas e muitas classes sociais estavam insatisfeitas.
A classe média, formada por profissionais tais como médicos, jornalistas, comerciantes, estudantes, estava crescendo cada vez mais e, ao conquistar mais espaço na sociedade queria também se envolver mais na política – mas não encontrava espaço para isso.
Na mesma situação se encontravam os grandes latifundiários, que tinham grande poder aquisitivo e influência econômica, mas na política não tinham poder algum. Estes também se encontravam insatisfeitos após o episódio de abolição da escravatura, uma vez que perderam sua mão-de-obra barata e não foram indenizados pelo governo.
Ao mesmo tempo, o Império também perdia o apoio da Igreja Católica, cada vez mais insatisfeita com as interferências realizadas pelo imperador D. Pedro II em meio ao clero. Bispos, padres e demais membros estavam descontentes com o posicionamento imposto pelo governante.
Os militares também demonstravam grande insatisfação: após experiências na Guerra do Paraguai, o exército ganhou conhecimento sobre outros regimes políticos e percebeu que D. Pedro II limitava e desvalorizava a profissão. Sem autonomia nem para se expressar na imprensa, os militares se aproximaram de ideais republicanos.
O grupo de abolicionistas também era notável em meio às críticas à estrutura do poder imperial. Liderados por nome como Quintino Bocaiuva, Silva Jardins e Aristides Lobo, foram os responsáveis pela união dos interessados no fim do Império e, assim, articular uma maneira de instalar a república.
Em 15 de novembro de 1889, então, o Marechal Deodoro da Fonseca demitiu o Conselho de Ministros e assinou o manifesto que dava fim à Monarquia e proclamava a república no Brasil. Assim, instalou-se um governo provisório, no qual o marechal foi o primeiro presidente do país. A família real recebeu uma carta que ordenava a saída do imperador do Brasil e D. Pedro II assim o fez.
Grande parte da população ficou incrédula, e mesmo que movida por alguns interesses, a proclamação da República no Brasil foi um dos passos que encaminhou o país para a democracia.