
O Golpe Militar de 1964 foi o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964, que resultaram com o fim do governo do presidente João Goulart, ou Jango. Ele havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), eleição que levou Jânio Quadros à presidência.
O mundo estava no contexto de Guerra Fria, vivendo dividido entre capitalismo e socialismo. O temor de Jango instalar no Brasil um regime comunista, levou a população nas ruas para pedir a saída do presidente. Com apoio militar, o golpe ocorreu dando início a um dos períodos mais desastrosos vividos pelo Brasil e sua população.
Os militares, que tinham prometido devolver o poder aos civis e fazer eleições diretas, tomaram o poder e criaram atos institucionais para censurar e torturar qualquer tipo de oposição ao regime.
Um deles foi o AI-5, instituído no governo de Costa e Silva. “O AI-5, entre outras barbaridades, proibiu a concessão de habeas corpus para presos políticos. Isso foi o sinal verde para a tortura. Porque você era preso e ficava preso pelo tempo que os carcereiros militares quisessem, nas condições que eles quisessem”, contou o jornalista Cid Benjamin, em entrevista ao Jornal Nacional.
Como resultado, dezenas instalações militares foram espalhadas pelo país, gerando 362 pessoas mortas ou desaparecidas após serem presas. Enquanto o medo presidia o Brasil, propagandas eram veiculadas exibindo obras monumentais e o “Brasil, ame ou deixe-o”.
Os veículos de comunicação também foram reprimidos podendo apenas veicular o que era interessante ao regime militar. Diversos jornalistas e comunicadores foram mortos ao fazer denúncias contra os militares.
Diante dessa situação, a população resolveu unir forças e sair às ruas para mais uma vez protestar. Dessa vez, pelo fim da ditadura e a convocação de novas eleições. Começava o movimento pelas “Diretas Já”.
O movimento que começou entre 1983 e 1984 resultou na eleição, ainda que indireta, de Tancredo Neves, que faleceu antes da posse. O vice José Sarney acabou assumindo o cargo e as primeiras eleições diretas pós-ditadura ocorreram quatro anos mais tarde.